Quando eu li sobre o tema Projeções, imediatamente me veio a mente projeções específicas que ganharam uma visibilidade importante há uns anos atrás.
2020. Pandemia de COVID-19. Isolamento social. “Fique em casa”. Máscaras e álcool em gel. Governo Bolsonaro. Descaso político e desespero da população.
Em meio a tantos desmontes, perda de direitos, tantas mortes e o presidente fazendo de tudo para ridicularizar os profissionais de saúde e negligenciando as necessidades da população, em especial a mais pobres, as pessoas se revoltam e não sabem como fazer para expressar isso para a sociedade, já que não era possível sair de casa. Como protestar/ fazer uma manifestação, algo antes dependente do coletivo, nesse cenário?
Tentamos panelaços coordenados, ligar e desligar as luzes de casa, bater palmas e gritar pelas janelas de casa. Ineficaz, mas catártico para expressar nossa indignação com o momento em que vivíamos e com o descaso governamental.
Uma das melhores soluções acabou sendo utilizar uma ferramenta de arte digital para dar o recado e chamar a atenção do povo e dos jornais para o que estava acontecendo.
O VJ (visual jockey) Felipe Spencer, se juntou a outros trabalhadores da área para criar o projeto “Projetemos”, que passou a organizar a galera com uma hashtag e um arroba.
Para ele, as pessoas precisam continuar protestando, e a maneira que ele encontrou foi por meio das projeções. Segundo Spencer, a projeção é bem simples: basta ter um projetor e uma parede. Cada pessoa que faz uma projeção publica nas redes sociais uma foto do momento com a hashtag #Projetemos e, assim, a mídia é republicada no Instagram do projeto.
Assim, presenciamos Arte e Política andando de mãos dadas para expressar o descontentamento da população em um período tão caótico e difícil de nossas vidas.
Texto por Amanda Regina Borges Vieira
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