terça-feira, 5 de novembro de 2024

Roteiro: O guardião, a jovem e a peônia

 

Personagens:

Guardião: Uma entidade que guarda o Jardim de flores mortas.

Sua aparência é formada por uma longa capa preta que cobre seu corpo e seu rosto, escondendo suas cicatrizes e as correntes que o amarram ao jardim.

Peônia: A Peônia é uma personagem profundamente romântica e melancólica, é a última flor de sua espécie ainda viva no jardim.

Ela tem belas pétalas em degrade de rosa e branco.

A jovem: Sem nome, a jovem é apenas uma garota que acordou em meio ao jardim sem memórias, se lembrando apenas de quem é. Mas esquecida de seu nome e origens.


 

Quadro 1:

O guardião aguando algumas flores já mortas. A peônia o observa ao longe. A imagem é melancólica e tem um certo humor, com nuvens escuras no céu.

 

Quadro 2:

“Não sei porque ainda insiste, Guardião.” A jovem diz, se aproximando. “É chamado de jardim de flores mortas por uma razão.”

O guardião se vira para a jovem.

 

Quadro 3:

“É o que faço! Sou o guardião por uma razão!” Ele responde.

 

Quadro 4:

A jovem se ajeita no chão próxima á Peônia, que tenta se esquentar através de um pequeno raio de sol que quase esvai.

“E o que acha disso, Peônia?”

“Bom, só viva estou pela perseverança de vosso guardião. Mesmo que minhas irmãs não tenham recebido a mesma predileção dos deuses. Que ele continue.” A Peônia responde, com seu tom formal.

Quadro 5:

Close up na mão da jovem arrancando algumas vinhas já desfalecidas do chão.

Quadro 6:

Close up na mão do guardião que coloca o regador de canto.

Quadro 7:

Guardião, Jovem e Peônia lado a lado embaixo do único raio de sol que adentra aquele umbral.

“Poderia lhe fazer a mesma pergunta, Jovem... Por que continuar a viver? Se a morte é uma certeza?” O guardião pergunta.

Quadro 8:

Foco na Peônia.

“Por que amar se morrerá só?” O guardião pergunta.

Quadro 9:

O guardião tem metade do rosto revelado, mostrando sua boca vermelho-bordô.

“Não há sentido em vida, o sentido é o que nós queremos que ele seja. Rego as peônias morta por saudosismo. Rego as rosas mortas pois gosto do odor misturado à terra molhada.” Ele diz.

Quadro 10:

A jovem encosta sua cabeça no ombro calaverico do Guardião, não se importando com o frio espectral. Cena com ângulo de trás.

““Um dia, quando o sol explodir em uma supernova,” ele diz, “Armagedom será o berço que nos receberá e, então, nada existirá... Só poeira dos astros.”

 Inspiração:

Tenho um livro de poemas chamado Jardim de Flores Mortas e, pensando no que de original poderia criar, decidi trazer alguns dos personagens desses poemas e transformá-los em personagens e trazer um pouco das sensações e das personalidades que eles exalam nos poemas para o roteiro. Curti a experiência de escrever, apesar de ter me sentido levemente perdida por nunca ter escrito algo exatamente nesse modelo, mas depois de ver alguns trabalhos dos colegas as coisas fluíram melhor.

Autoria: Cassie Oliveira

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